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ATUALIDADES | A violência nos estádios de futebol

Equipe RND
Escrito por Equipe RND em 19 de julho de 2022
ATUALIDADES | A violência nos estádios de futebol

A partir da leitura e reflexão sobre os textos de apoio abaixo, escreva um texto dissertativo-argumentativo no qual você discorra sobre o seguinte tema: A violência nos estádios de futebol. Caso julgue necessário, busque leituras adicionais.

Não deixe de fazer o planejamento da sua redação.

TEXTOS DE APOIO

Texto 1

“Existem a via da repressão e a via da prevenção”, afirma Bernardo Buarque de Hollanda, pesquisador e professor de ciências sociais da Fundação Getúlio Vargas. “O ideal seria dosar as duas coisas, mas, no Brasil, tem prevalecido a via da repressão, ao contrário de outros países que estão conseguindo bons resultados com trabalhos preventivos no futebol, como Alemanha e Colômbia. E a repressão indiscriminada, sem separar agressores de torcedores, acontece através de inúmeras tentativas de asfixiar as torcidas organizadas, qualificando seus membros como pessoas predispostas ao enfrentamento. Isso gera um efeito colateral, que é o aumento do nível de beligerância nos estádios, acirrando a tensão entre torcidas e a polícia.”

No Rio de Janeiro, apesar de contar com o Grupamento Especial de Policiamento em Estádios (Gepe), uma das poucas equipes de policiais treinados para trabalhar em eventos esportivos do país, confrontos com traços de barbárie entre torcidas e polícia são tão frequentes como em outros estados brasileiros. O de maior repercussão do ano [2017], porém, aconteceu em São Paulo. Embate em que os papéis de vítima e agressor estavam bem definidos. Imagens de um policial golpeando e intimidando Gideão Messias da Silva, que estava acompanhado do filho de 9 anos no estádio Moisés Lucarelli, em Campinas, no momento em que a polícia tentava conter uma invasão de torcedores da Ponte Preta, geraram revolta nas redes sociais, mas não resultaram em punição ao agente violento. O 1º Batalhão de Ações Especiais de Polícia justificou a ação como “uma medida para garantir a segurança dos torcedores”.

Mauricio Murad, que é autor do livro A violência no futebol: novas pesquisas, novas ideias, novas propostas, classifica o episódio como mais uma mostra de como “o torcedor é maltratado e humilhado nos estádios brasileiros. Tumultos como o do Maracanã também expõem uma polícia desaparelhada e despreparada para resguardar os direitos de torcedores. É impossível dissociar a escalada de violência no futebol do panorama de desordem pública, social, econômica e política vivido pelo país, especialmente no Rio de Janeiro”.

Fonte: PIRES, Breiller. A violência no futebol como um retrato do Brasil / EL País

Texto 2

Art. 41-B.  Promover tumulto, praticar ou incitar a violência, ou invadir local restrito aos competidores em eventos esportivos:
Pena – reclusão de 1 (um) a 2 (dois) anos e multa.
§ 1o  Incorrerá nas mesmas penas o torcedor que:
I – promover tumulto, praticar ou incitar a violência num raio de 5.000 (cinco mil) metros ao redor do local de realização do evento esportivo, ou durante o trajeto de ida e volta do local da realização do evento;
II – portar, deter ou transportar, no interior do estádio, em suas imediações ou no seu trajeto, em dia de realização de evento esportivo, quaisquer instrumentos que possam servir para a prática de violência.

Fonte: BRASIL. Lei nº 10.671/2003

Texto 3

São deveres do torcedor, entre outros:

  • ter em mãos ingresso válido;
  • não portar objetos, bebidas ou substâncias proibidas ou suscetíveis de gerar ou possibilitar a prática de atos de violência;
  • consentir com a revista pessoal de prevenção e segurança; 
  • não portar ou ostentar cartazes, bandeiras, símbolos ou outros sinais com mensagens ofensivas, inclusive de caráter racista ou xenófobo;
  • não entoar cânticos discriminatórios, racistas ou xenófobos;
  • não arremessar objetos no interior do recinto esportivo;
  • não portar ou utilizar fogos de artifício ou quaisquer outros engenhos pirotécnicos ou produtores de efeitos análogos;
  • não incitar e não praticar atos de violência no estádio;
  • não invadir e não incitar a invasão da área restrita aos competidores.

Fonte: Veja quais são os principais direitos e deveres do torcedor / Rosenbaum Advogados Associados

Texto 4

(…) nos últimos 30 anos, ingleses, italianos, franceses e espanhóis começaram a combater, com sucesso, a violência nos estádios. E alcançaram esse objetivo adotando uma série de medidas. No livro Futebol e Violência, a professora da Unicamp Heloisa Helena Baldy dos Reis lista 21 ações sugeridas, nos anos 1980, pela União das Associações Europeias de Futebol (Uefa). Entre elas, proibição da venda de bebidas alcoólicas, policiamento ostensivo dentro e fora do estádio, incluindo agentes à paisana nas ruas e arquibancadas, revista rigorosa dos torcedores, restrição da circulação da plateia a setores específicos do estádio e instalação de câmeras que permitam a identificação de agressores. Além disso, a punição a clubes cujos torcedores se envolvessem em ações violentas ficou muito mais rigorosa.

Por outro lado, enquanto a Europa Ocidental lida com sucesso com o problema, o Brasil não é o único país onde futebol se tornou, muitas vezes, sinônimo de violência nas arquibancadas. Nos últimos anos, Argentina, Chile, Peru, Colômbia, além de Rússia e países do Leste Europeu e até lugares onde o futebol tem menos tradição, como Israel e Indonésia, passaram a conviver com incidentes.

Nesses países, as torcidas organizadas se profissionalizaram e enriqueceram. Recebem cargas de ingressos não só para ir aos jogos, mas também para revender. Passaram a formar alianças com grupos de outros estados – o que explica incidentes entre torcedores de clubes de locais afastados, que não têm histórico de rivalidade em campo.

A partir de 2013, quando torcedores de Vasco e Athletico Paranaense se enfrentaram durante um jogo em Joinville (SC), com um saldo de quatro feridos, muitos estados iniciaram uma nova investida contra a violência no futebol. Uma delas é formar um banco de dados sobre os participantes de torcidas organizadas, de forma que as autoridades policiais tenham acesso a dados sobre os envolvidos em atos violentos.

Alguns estados, como o Rio de Janeiro, iniciaram seus cadastros. Em outros casos, como em São Paulo, a iniciativa foi iniciada, mas interrompida. Outra opção, que reduz os incidentes ao menos dentro dos estádios, é a realização de clássicos com torcida única – em São Paulo capital, a medida foi adotada há dois anos. Mas muitos críticos veem a medida com ressalvas, já que ela não estimula o convívio entre adversários, pelo contrário.

Fonte: CORDEIRO, Tiago. Qual a origem da violência nas torcidas organizadas? / Guia do Estudante

Texto 5

Não se combate um problema complexo como o da violência nos estádios apontando o dedo para um único culpado ou propondo soluções mágicas. Torcida única? Tirar pontos do clube? Nada funciona sozinho. O Estatuto do Torcedor precisa de uma reforma urgente, amparada por um debate amplo que envolva autoridades, dirigentes, jogadores, torcedores e jornalistas. Não podemos nos manter separados enquanto o único setor que se organiza no futebol brasileiro é o crime.

Fonte: BARRETO, Marcelo. Violência no futebol não pode ser combatida apenas com indignação e soluções mágicas / O GLOBO

Veja também

Violência nos estádios / Programa Stadium / Canal TV Brasil

Para finalizar…

Indicamos a leitura completa do texto Veja quais são os principais direitos e deveres do torcedor.

Boa produção!

Um abraço,
Equipe Redação Nota Dez

Foto: Reprodução

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